Como inspirar e mobilizar pessoas para a sustentabilidade a partir de uma abordagem positiva, propositiva e, sobretudo, mais sedutora? E mostrar que a dimensão da sustentabilidade não se restringe aos temas exclusivamente ambientais, como biodiversidade, poluição do ar ou recursos hídricos, incluindo também assuntos na maior parte dos casos dissociados desse grande guarda-chuva temático, tais como erradicação da pobreza, diversidade, mobilidade urbana, cidadania, direitos humanos e tantos outros?
Foi com esses desafios em mente que um grupo de pessoas criou, no ano de 2011, uma campanha de educação para a sustentabilidade e deu a ela a cara de um grande festival. Nascia ali a Virada Sustentável. Um agito cultural com pelo menos dois dias de duração e centenas de atrações e atividades gratuitas, distribuídas em diversas regiões das cidades, ocupando variados espaços públicos, equipamentos culturais, escolas e universidades.
Ampliar a informação dos diferentes públicos para temas que dizem respeito ao nosso futuro comum. Só que com uma nova roupagem, utilizando a arte, o lúdico e o festivo como elementos centrais de engajamento e mobilização, sem perder de vista o cuidado e a seriedade que os temas exigem. E, ao mesmo tempo, reforçando as conexões entre grupos e redes que já estão fazendo a diferença nas cidades, bem como o conhecimento do público em geral sobre eles.
Mais do que uma megaprodução centralizada, a Virada Sustentável é resultado de uma grande rede de articulação colaborativa na cidade, envolvendo centenas de organizações da sociedade civil, órgãos públicos e empresas, numa complexa gestão de recursos financeiros e não-financeiros (crowdsourcing), que vão desde a cessão de espaços e talentos até o patrocínio direto.
Quando a Virada ainda era uma ideia, em meados de 2010, surgiu a necessidade de termos um CNPJ e foi criada a Virada Sustentável Eventos, uma empresa de pequeno porte (EPP) com o objetivo exclusivo de realizar o festival. Desde aquele começo, adotamos o conceito de empresa social, que tem entre suas características o impacto social como principal objetivo e o reinvestimento do lucro, quando gerado, no aumento desse impacto.
Em 2015, formalizamos a criação do Instituto Virada Sustentável, uma associação sem fins lucrativos qualificada como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), que assumiu praticamente toda a gestão do festival e outras ações de interesse público ao longo do ano. Num modelo inovador do que é chamado de “Setor 2,5”, decidimos manter a empresa atendendo apenas o que é de interesse privado, criando uma regra de governança que impede qualquer contaminação entre as duas pessoas jurídicas.
Para conhecer em detalhes as prestações de contas da Virada Sustentável, acesse aqui para ter acesso aos relatórios de edições anteriores.